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domingo, 31 de julho de 2011

Uma das minhas músicas preferidas.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Que saudades de escrever, porém, ando sem tempo disponível, mas ao ler um artigo do professor Damásio de Jesus, não resisti e senti vontade de compartilhar com vocês que acessam o meu blog. Eis o artigo transcrito abaixo:

MORRER DE AMOR
 
Ederval é uma planta que desabrocha nos Alpes, nas altitudes de 2 a 3 mil metros. A flor tem a forma de estrela, exibida na Suíça pelos generais como identificação de seu status. Na Áustria, além de ser a flor nacional, colher uma para a prometida é prova de amor, pois os penhascos onde vivem são muito perigosos. Soube de algumas lendas: uma delas diz que as Edelvais nasceram das lágrimas de uma virgem; outra, que toda pessoa que busca as flores cai nos abismos.
Pois bem, desejoso de encontrar notícias boas nos jornais, saturado da criminalidade que esmaga meus ouvidos a todo instante, deparei-me com uma chamada muito interessante: Atrás de uma flor para dar à namorada… Por cúmulo da sorte, a flor em questão era uma orquídea. E todos os que me conhecem sabem de minha paixão por elas. Encontrara, pensei eu, um novo amante de orquídeas: Odair Francisco de Oliveira, de 38 anos. Pois não é que ele, passeando com sua namorada pelo Vale da Pirambeira, na localidade de Joaquim Távora, norte do Paraná, ouviu dela um pedido romântico: apanhar uma orquídea que pendia dos penhascos. Nem bem ouviu o pedido, lá foi o Romeu moderno atender o canto de sua cotovia. Subiu, subiu, subiu… e despencou. Aí entendi porque o fato foi noticiado; acabou numa tragédia. Fosse feliz o amante e, provavelmente, a notícia não seria dada. Ninguém disse o destino da orquídea motivadora da morte do jovem; nem mesmo se ele conseguiu alcançá-la. Mas, isso não interessa à mídia justamente porque adentra os meandros da alma. Eu, entretanto, gostaria de saber a espécie da orquidácea envolvida no nexo de causalidade física e afetiva.
Havia algo, pois, a esclarecer: o nome da amada e o da orquídea. Quanto ao primeiro, gostaria de saber a quem Odair entregou a vida como prova de paixão. Em relação à planta, perceba que ela estava em flor, capaz de despertar na amada seu último pedido e, em Odair, tão tresloucado ato.
Quero, nesta manhã de terça-feira, desmentir o poeta:
Se se morre de amor! Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende […]”
Ainda se morre de amor, em pleno século XXI. Não é estranho, extraordinário? Longe de mim fazer apologia da morte por amor, mas essa prática era comum, e até desejável, no século XIX. Daí a minha surpresa.
A notícia serviu para outra ilação: há no Brasil, também, lugares belíssimos que poderiam servir não só ao turismo, mas para dar uma nova visão do brasileiro: o romântico para contrapor a do debochado que se desenhou pelo mundo. Temos regiões tão belas quanto os Alpes, local das Edelvais, que dão flores em forma de estrela. Os enamorados as colhem, apesar dos 2 a 3 mil metros de altitude. E desafio a quem me provar que a Edelval é mais linda do que a orquídea atrás da qual Odair foi para não mais voltar.
Nos dias de hoje, é confortador descobrir que uma namorada ainda pede uma flor como prova de amor. Restam esperanças de que outras pensem também quiçá em livros, ternura, presença e amor. Foi animador descobrir que um homem maduro é capaz de agir por impulso para realizar um pedido de sua amada. Pena que morreu e, assim, diminuiu o número dos que amam até a morte. Ih! Estarei eu muito mórbido nesta manhã de terça-feira? Penso que não. Faço apenas um elogio ao amor, tão banalizado e mascarado nos tempos atuais.
Digo, agora concordando com o poeta:
 Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida […]
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais!
 Texto de Damásio de Jesus.
  
“Esse artigo me chamou a atenção devido ao fato de existirem pessoas que ainda acreditam e vivem um grande amor. Fiquei encantada com o gesto do Odair, de simplesmente ir apanhar a orquídea para a sua amada, e deveras triste, pela tragédia posterior. Porém, muitos pensam o contrário, que Odair perdeu a vida por ser um bobo romântico.  Mas só pensa assim quem não compreende o que é amar. Hoje entendo o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, dia-a-dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada. Quem ama, ama simplesmente. Não é necessário explicações. Amar é compartilhar. É sorrir junto, e chorar também. É estar próximo, presente, apoiando, torcendo, encorajando. Amar é superar limites...é um sentimento incondicional. É conversar sobre tudo, e ao mesmo tempo não precisar falar nada...Amar é esperar todos os dias pela mesma pessoa. É inclui-la em seus projetos, em suas orações. Amar é ser fiel, mesmo quando se está distante. Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem ideia do que é compartilhar a vida com alguém...”
Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe...